Como Aprender a Tocar Guitarra em 10 passos

Como Aprender a Tocar Guitarra em 10 passos

Se quer saber como aprender a tocar guitarra, deve levar em consideração que esse aprendizado abrange diversos aspectos, como saber afinar violão, ler tablaturas e diagramas básicos de acordes, saber improvisar, dentre outras ações.

Assim sendo, você precisará ter dois comportamentos básicos: ser paciente, constante e dedicado.

Ademais, confira algumas dicas de como aprender a tocar guitarra e, quando sentir que pegou o ritmo, aprofunde-se ainda mais no desenvolvimento de seus talentos musicais.

Como Aprender a Tocar Guitarra

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10 passos para um guitarrista iniciante

Quando perguntado sobre o que sente ao tocar guitarra, Carlos Santana respondeu: “cada nota que toco é como se fosse meu primeiro beijo”. A guitarra foi aos poucos assumindo um status que a distingue de outros instrumentos. Ou você a ama ou a odeia. Ela é singular, o beijo e o escarro. Ela traz a paixão e a rebeldia que sempre foram e sempre serão as principais características da juventude. O instrumento se tornou símbolo de rebeldia e resistência durante os protestos contra a Guerra do Vietnã, assim como na implementação da contracultura em todo o mundo. Por essas e outras razões, muita gente sonha em tocar guitarra. Se esse for o seu caso, este artigo vai te dar um empurrãozinho. O que você precisa saber? Por onde começar? Você pode encontrar vários conselhos por aí, como esses de Steve Vai, que, por sinal, acho ótimos: “Requisitos para se tornar um bom guitarrista: use camisinha e protetor solar”. Mas não é bem esse tipo de conselho que pretendo dar aqui. Esse artigo vai apresentar 10 dicas importantes para quem quer dar os primeiros passos:

Passo 1: estude um pouco de teoria musical

É de suma importância para os iniciantes na arte de tocar guitarra aprender teoria musical. Quando falamos em música, a teoria pode não ser a parte mais empolgante, mas, sem dúvidas, é a mais importante. Só com muita teoria na cabeça é que podemos improvisar, compor e tirar canções de ouvido. 

É claro que o conhecimento teórico só funciona quando combinado com uma boa dose de criatividade.

Para uma breve introdução aos estudos teóricos, vamos falar um pouco das escalas.

Conheça as escalas

Conhecemos hoje em dia no ocidente 7 notas musicais: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. Existe uma notação literal (cifras), em que cada nota corresponde a uma letra: 

A = lá

B = Si (H na Alemanha)

C = dó

D = ré

E = mi

F = fá

G = sol

No entanto, quando começamos a estudar música percebemos que não são 7 notas, são 12, sabe as teclas pretas do piano? Então, são essas cinco notinhas a mais. A guitarra também tem essas notinhas. Vamos ver isso melhor, com mais calma: uma questão de física, a forma como percebemos mais frequentemente (em música) os sons é a cada meio tom, por exemplo: C, C#, D, D#, MI, F#, G, G#, LÁ, LÁ#, B, C… ou C, Db, D, Eb, E, F, Gb, G, Ab, A, Bb, B, C… Não, não tem nenhum erro de digitação. Acho que algumas dúvidas surgiram aí, o sinal # se chama “sustenido” e o sinal b se chama “bemol”. Entre um dó e um ré, por exemplo, existe um semitom no meio: dó sustenido (C#). Se o movimento for o contrário, entre um ré e um dó, o semitom entre os dois é o ré bemol (Db), isso vai depender se a posição é ascendente ou descendente. Você deve ter reparado outra coisa curiosa aí do mi para o fá (ou do fá para o mi) e do si para o dó (ou do dó para o si) não têm sinaizinhos, por quê? Ora, porque tanto do mi para o fá quanto do si para o dó os intervalos não são de um tom, mas de um semitom, é assim porque é. Nem sempre foi assim, já que na história da música ocidental houve algo chamado de “temperamento”: ajustamos uma notinha pra cá, outra pra lá, uma ficou mais grave e outra mais aguda. Colocamos o salzinho e pimenta na salada de sons e afastamos os lobos que estragavam a festa.

Quando temos todos os 12 semitons, temos uma escala cromática, um belo espectro de cores audíveis. Com sete sons (dó, ré, mi, fá, sol, lá si), temos uma escala que chamamos de diatônica. A escala menor é a escala diatônica cujo terceiro grau (a terceira nota dessa mesma escala), o sexto grau e o sétimo grau são diminuídos, ou seja, passam a ser a terceira bemol, a sexta bemol e a sétima bemol em relação à escala diatônica. 

Pra que isso? Da mesma forma que escolhemos a palavra certa para causar os efeitos específicos que ajudam nessa ou naquela situação, usamos também as notas musicais. Dependendo do conjunto de notas que temos, criamos uma ambiência distinta, uma maior ou menor luminosidade. Vamos a uma breve comparação: a escala menor natural tem intervalo de 1 semitom entre o segundo e o terceiro grau e entre o quinto e o sexto grau; a escala menor harmônica é quase que igualzinha à menor natural, a diferença é que a sétima é aumentada, ou seja, a sétima é sustenida (como na escala natural a sétima nota havia sido bemolizada, ao passar da natural para a harmônica, ao sustenizar um bemol, a nota fica natural). A escala menor natural é ideal para se fazer melodias, mas não tanto como a menor melódica que sobe de um jeito e volta de outro.

Cada escala tem uma melhor aplicabilidade para diferentes contextos e no caso das escalas menores, existe uma enorme gama de possibilidades, inclusive de combinação dentre essas escalas. Vamos dar um exemplo, agora vamos lá para o lá, pra não ficarmos só com dó (viu acabamos fazendo a piadinha sem graça). A escala de lá menor natural seria composta pelas notas: A, B, C, D, E, F, G, A… Já a escala de lá menor melódica: A, B, C, D, E, F#, G#, A, G, F, E, D, C, B, A… E a escala menor harmônica: A, B, C, D, E, F, G#, A…

Agora imagine que podemos pegar uma dessa e misturar com outra, que podemos subir e descer na menor melódica do mesmo jeito, como na escala menor bachiana (muito usada por Bach em suas composições), que podemos somar as notas naturais da escala de lá menor natural às notas sustenizadas da menor melódica e obter uma escala mais extensa. Existem muitas escalas, com efeitos (e/ou defeitos) de sentido lindos, de verdade! Mas agora que vocês já sabem essas três, obviamente precisam de um bom professor que oriente e mostre outras possibilidades, afinal, apesar de essas três serem as mais usadas, não dá pra um bom músico ficar só nelas, né?

Estude harmonia

Sabe quando alguém fala que temos que viver em harmonia? O que essa pessoa quer dizer? Que temos que viver em “concordância” com as outras pessoas? Talvez. Saibamos que as notas musicais também seguem esse tipo de preceito na vida, a harmonia, como já foi dito, implica relação e pode também indicar a sobreposição sonora de diferentes notas soando ao mesmo tempo (conhecidas como acordes), nas partituras, um acorde aparece como uma disposição vertical de notas no pentagrama, enquanto a melodia é horizontal, peça para seu professor de guitarra mostrar na pauta como o desenho funciona.

Um acorde maior é composto pela tônica (a nota que dá nome ao acorde), no caso abaixo dó, a terça maior, mi e a quinta justa sol. O desenho desse acorde no braço da sua guitarra pode ser assim:

Imagine que seu dedo indicador é 1, o médio é 2, o anelar é 3 e o mindinho é 4. Imagine também que a imagem acima seja o braço da sua guitarra, de forma que ele comece da direita para a esquerda (como na imagem acima)

Os espaços entre um ferrinho e outro no braço da guitarra se chamam “casas” (a esses ferrinhos chamamos “trastes”), eles são contados da direita para a esquerda. 

Se for um acorde de dó menor, vamos ver uma das formas de montar esse acorde no braço da sua guitarra:

Nesse exemplo temos um acorde de dó menor, que é composto pela tônica, dó, a terça menor, mi bemol, e a quinta justa, sol. 

Também usamos acordes dissonantes, que combinamos tendo por regra nosso próprio ouvido ou escalas mais complexas, vamos dar um exemplo aqui de um A7+ (lá com sétima aumentada), muito usado no samba, jazz e MPB:

Note que usamos cifras para tratar de notas ou de acordes. Dependendo do contexto estamos tratando de um ou outro. No caso dos acordes, existem muitos tipos com funções distintas, os acordes possuem qualidades “maior”, “menor”, “aumentado”, “diminuto”, e também notas acrescidas à sua estrutura “com sexta maior”, “com sexta menor”, “com sétima menor”, “com sétima maior”, “com nona”… Os acordes criam a ambiência que a melodia necessita, o clima que o compositor deseja. A coisa é bem parecida na linguagem verbal, certas coisas só podem ser faladas em determinados contextos, outras não, por exemplo: não é adequado falar de sangue e assassinatos brutais se estivermos com um grupo de crianças pequenas.

Uma dica importante! Quando for montar os acordes não coloque um dedo de cada vez no braço da guitarra, tente sempre colocar todos juntos, por mais que isso pareça difícil no início. Lembre-se que um acorde em uma música é como uma palavra em uma frase, se você falar letra por letra a comunicação não acontece, ninguém vai te entender. Colocar um dedo de cada vez enquanto toca com a mão direita é um erro muito comum entre as pessoas que estão começando e soa um tanto desagradável para quem está ouvindo.

Passo 2: faça alguns exercícios para os dedos 

Os exercícios não são a parte mais empolgante quando estudamos guitarra, mas são essenciais para quem quer ser um bom guitarrista. O mais básico de todos consiste em tocar a sexta corda (de baixo para cima) usando os dedos 1, 2, 3 e 4, nessa mesma ordem: o indicador na casa 1, o médio na casa 2, o anelar na casa 3 e o mindinho na casa 4. Tente não tirar o dedo da corda quando for tocar a próxima. Por exemplo, quando for colocar o dedo 2 na casa 2, você tem que manter o dedo 1 na casa 1. Baixe um metrônomo no seu celular, tem vários aplicativos grátis, e o regule em 60 batidas por minuto (Bpm) para começar, depois, quando você sentir que está fluindo com facilidade, vá aumentando a velocidade do metrônomo. Com a mão direita dê palhetadas alternadas (para cima e para baixo). 

Esse exercício vai te ajudar a coordenação entre as duas mãos e aumentar a velocidade nos dedos.  

Repita esse exercício o quanto aguentar, ele é muito importante na sua formação como músico! Faça o exercício quando estiver vendo um filme, quando estiver entediado, quando estiver nervoso (vai por mim, é uma boa terapia), quando estiver com insônia… enfim, quando sentir vontade. 

Segue um alerta: no começo, os dedos vão doer, você pode sentir câimbras na mão e tensão nos antebraços. Com certeza, as pontas de seus dedos da mão esquerda vão ficar um pouco machucadas. Mas logo, logo, vão surgir pequenos calinhos nas pontas dos dedos, aí não dói nunca mais, meu amigo! Os braços e as mãos vão ficando mais fortes e a cabeça menos cansada. Faça os exercícios para acelerar esse processo. 

Para fazer exercícios ou praticar as trocas de acordes e até mesmo para começar a aprender as primeiras músicas, tenho uma dica importante: tenha sempre um instrumento à disposição para quando bater a vontade de praticar às 4 da manhã, de preferência, instrumento seu.

Passo 3: arranje a sua própria guitarra

Ter uma guitarra que você pode chamar de sua é importante para que o instrumento esteja sempre à disposição para você praticar e se divertir quando quiser. Além disso, algumas guitarras são mais pesadas, outras mais leves, algumas têm o braço mais fino, outras têm o braço mais grosso, sem falar nos timbres, que são totalmente diferentes. Tente sempre tocar no instrumento mais adequado para você. Vamos a alguns exemplos:

Pra quem gosta de uma guitarra mais leve, existe um modelo chamado telecaster, ele tem duas vantagens: a de ser versátil e a de ser propícia para qualquer gênero musical, baião, samba, samba-rock, country, reggae, rock, pop, folk, soul, rhythm and blues, blues, jazz, punk, e o heavy metal, músicos de todos esses estilos usam a telecaster. 

Para quem gosta de uma guitarra mais pesada, existe um modelo chamado Les Paul, ela leva o nome de um lendário jazzista norte-americano. Suas vantagens são as seguintes: a facilidade em controlar os timbres e a possibilidade de prolongar o tempo de sustentação das notas (maior sustain). Ela é ideal para quem curte hard rock, punk e heavy metal. 

A guitarra semiacústica é uma das mais cobiçadas pela beleza estética e tímbrica. É um instrumento semi-sólido muito usado por músicos de blues, rock e jazz. Suas aberturas acústicas interferem na entrada de som dos captadores, causando um timbre especial, o aumento da propagação de ar no interior do instrumento faz com que seu som natural seja mais intenso em comparação às guitarras maciças. 

A archtop guitar é um modelo perfeito para quem quer um timbre mais limpo, é muito usada no jazz, na bossa nova e no blues. Seu som natural é ainda mais intenso que o da semiacústica, sendo o único modelo que permite que o músico pratique sem necessariamente precisar de um amplificador. Além disso, as archtop são lindas!

É claro, uma boa guitarra nem sempre é algo barato e a coisa não está fácil para ninguém! Pedir emprestado a um amigo também é uma ótima opção quando a grana está curta. 

Além disso, as guitarras usadas são alternativas super válidas! Quanto mais a guitarra foi usada, mais “amaciada” ela está e mais histórias tem, desde que esteja em boas condições, é claro. Guitarras são feitas de madeira e a madeira demora algum tempo para amadurecer, quanto mais antiga é uma boa madeira, melhor é o timbre da guitarra. Guitarras usadas saem bem mais em conta se comparadas às novas.  

Passo 4: tente conseguir os seguintes acessórios

Alguns acessórios são indispensáveis para um bom guitarrista. A começar pelo amplificador. Ao contrário do violão, a guitarra não pode ser satisfatoriamente ouvida sem o auxílio de algumas tecnologias eletrônicas. Tenha em mãos um amplificador para poder ouvir seus progressos e ir acostumando seus ouvidos às notas. 

De nada adianta ter um bom amplificador, se você não tiver um bom cabo. Um cabo é um fio que liga sua guitarra ao seu amplificador a partir de duas entradas do tipo P10 em suas extremidades. Também usamos os cabos para ligarmos a guitarra nos pedais de efeito, nas mesas de som e em quaisquer outros aparelhos de reprodução de som. Quanto melhor for o cabo, menos interferências e ruídos são ouvidos e mais fiel é a reprodução do timbre próprio da sua guitarra.

Se você é daqueles que não gostam de perder tempo use um bom afinador. Ele cabe no seu bolso, você pode até baixar um aplicativo no seu smartphone, são afinadores de alta precisão e quase não ocupam espaço na memória. Os afinadores garantem que sua guitarra tenha sempre uma afinação precisa, exata, em cada corda, o que faz bem tanto para o ouvido do músico, quanto para o ouvinte.  

O capotraste é um outro acessório indispensável para o guitarrista iniciante, ele pressiona todas as cordas da guitarra, ao mesmo tempo e em uma determinada casa. Ele também é chamado de “braçadeira”, “presilha”, “pachola” ou, simplesmente “capo”, depende da região em que você mora.  Costumamos usar esse recurso para aumentar meio tom a cada casa que o avançamos no braço da guitarra. Assim, podemos tocar em diferentes tons sem que tenha a necessidade de alterar os acordes da música. Vai por mim, ele adianta um bocado a vida do guitarrista. 

O slide é um cilindro, normalmente feito de metal, mas são bem comuns encontrarmos por aí slides de vidro ou de cerâmica. Quando deslizamos os slides nas cordas da guitarra, ele produz efeitos alucinantes! Você pode encaixar o slide, no dedo médio ou no dedo anelar, depende da técnica e do efeito que você quer produzir. Os mais acostumados usam isqueiros para fazer slides, dizem que o lendário guitarrista de blues W.C. Handy usava uma faca!

Infelizmente existe uma lei universal da natureza que prevê que tudo cai: a gravidade. Desastres são comuns, guitarras escorregam da mão e se espatifam em vários pedacinhos. Aí, por mais que dê vontade, não adianta chorar. É nesse momento que o guitarrista pensa: “por que não comprei uma bag”. As capas, as bags e as cases protegem seu instrumento de quedas, arranhões, chuva, sol, poeira e outras pragas. As hard cases são aquelas bem duras, ideias para quem viaja bastante. As soft cases são aquelas feitas de tecido mais maleável, são mais leves, boas para quem carrega o instrumento nas costas. 

Não encoste sua guitarra na parede. E, pelo amor do milho, não coloque sua guitarra em baixo da cama! O braço da guitarra é de madeira, lembra? Ele empena, fica todo torto, cheio de notas mentirosas, você pensa que está tocando uma nota e de repente aparece outra! Tenha um suporte, seja de chão ou de parede para manter sua guitarra na posição correta, mantendo sua durabilidade e a protegendo de quedas.  

A correia é o acessório que mantém a guitarra segura, coladinha no seu corpo, pendurada nos seus ombros enquanto você toca. Sem uma correia é quase impossível tocar em pé e, dependendo do modelo da guitarra, até mesmo sentado. Ela evita quedas, garante seu conforto e algumas tem umas estampas bem estilosas.

A palheta é um acessório dispensável para alguns, mas indispensável para a maioria dos guitarristas.  É um pequeno triangulo, normalmente feito de plástico, que o guitarrista usa entre o polegar e o indicador da mão direita para fazer vibrar as cordas. Existem várias espessuras de palheta, das extrafinas às extrapesadas, que acompanham tanto a espessura das cordas, quanto o gosto do guitarrista. Muitos guitarristas, no entanto, usam as unhas, o que os permite o desenvolvimento de diversas técnicas, que geram múltiplos efeitos e possibilidade em relação à dinâmica. O ideal é você se acostumar a tocar com e sem palhetas.  

Passo 5: conheça o melhor possível a sua guitarra

Conhecer sua guitarra é importante para que você saiba o que faz cada função diferente em seu instrumento. Por exemplo, se a guitarra estiver fazendo um som estranho, se uma corda quebrar, se, simplesmente, o som não sair no amplificador, tudo isso pode ser facilmente resolvido a partir do devido conhecimento da guitarra. 

Se o corpo da guitarra for maciço, como em uma telecaster ou uma stratocaster, ele provavelmente é separado em quatro partes: 

  1. a parte que chamamos de “headstock”, peça onde ficam as “tarraxas”;
  2. a parte que chamamos de “braço”;
  3. a parte que chamamos de “corpo”, onde ficam os captadores, a ponte, os botões de regulagem de timbre, volume e potenciômetro, o jack (buraquinho onde plugamos o cabo que vai para o amplificador) e a chave seletora.
  4. as cordas.

De nada adianta sabermos os nomes das partes, se não conhecemos as funções que elas desempenham na guitarra. Vamos ver isso parte a parte.

O headstock segura as tarraxas, aquelas pecinhas de plástico, marfim ou metal que giramos para afinar as cordas. Conforme torcemos uma determinada tarraxa, aumentamos ou diminuímos a tensão da sua corda correspondente. Cada corda está fixada em uma tarraxa. Apertando a tarraxa o som da corda fica mais agudo, soltando a tarraxa o som fica mais grave. Uma informação importantíssima para o bolso do iniciante: aperte aos pouquinhos, devagar, caso contrário você vai quebrar a corda. 

O braço da guitarra é a parte fina e longa onde ficam os trastes e as casa. Um braço tem, geralmente, entre vinte e dois e vinte e quatro trastes e entre vinte e duas e vinte e quatro casas (mais que o senhor Barriga, hein!).  Cada casa divide um semitom (lembra dos semitons?) e cada conjunto de dois trastes delimitam uma casa, esses trastes! 

O corpo da guitarra maciça é geralmente feito de madeira, mas também existem corpos de guitarras forjados em fibra de carbono, fibra de vidro, alumínio e acrílico, tem pra tudo que é gosto. No corpo estão os captadores (algumas guitarras maciças têm três ou outras têm dois), os dispositivos que captam as ondas sonoras geradas pelas vibrações das cordas e as convertem em sinais elétricos, que serão amplificados, gravados ou processados. 

A ponte, também fixada no corpo da guitarra, é a peça, geralmente feita de metal ou madeira, ela basicamente serve para prender as cordas. Algumas pontes são móveis e podem ser movimentadas com alavancas, o que gera efeitos bem bacanas. 

Os botões de timbre e volume ficam normalmente à esquerda da ponte, podem ser dois ou três, dependendo do modelo da guitarra. Eles servem para ajustar a frequência de graves e agudos e para aumentar ou diminuir o volume do som que sai no amplificador. 

A chave seletora é um pequeno interruptor que seleciona qual dos captadores estará ativo e quais não estarão em uma determinada sequência de notas ou acordes. 

As cordas são aqueles fios de aço que vibram quando estimuladas e que produzem frequências sonoras específicas de acordo com a tensão provocada pelos dedos do guitarrista ao longo do braço.

Todas essas partes juntas formam a nossa amiga, a guitarra. Quanto mais conhecemos nossos amigos, melhor é nossa relação com eles. Por isso lá vai a próxima dica.

Passo 6: evite entrar em conflito com a sua guitarra

Não tente “dominar” a guitarra, ela não é sua inimiga. A guitarra não é um cavalo selvagem que deve ser domesticado para que você monte nele. A relação de um músico com seu instrumento é de camaradagem, é uma interação, guitarra e guitarrista trabalham juntos, em diálogo. Sua guitarra é sua amiga. Quando estiver tocando, pense na guitarra como uma outra parte de você, ela entra com as cordas e você entra com os dedos, para que juntos produzam música. 

Pegue a guitarra, sinta seu peso, tenha ela nos braços mesmo em momentos que você não for tocar. Isso fará com que você conheça corpo e o braço do instrumento e estimula uma arranhadinha ou outra.

Às vezes, quando iniciamos nossos estudos de guitarra, a coisa demora pra engrenar e esse diálogo não é muito produtivo. Mas tenha em mente que a culpa não é da guitarra. Uma relação íntima leva um tempo para ser construída.  Ela demanda esforços, dedicação e vontade. 

Passo 7: cuide bem da sua guitarra

Alguns cuidados prolongam a vida do seu instrumento, além de deixar ele sempre nas melhores condições e com o timbre perfeito! Fazer a manutenção da guitarra, de vez em quando, é uma prática que pode prevenir um bom número de aborrecimentos.

Limpe seu instrumento com uma flanela e aplique óleo de peroba, isso vai manter sua madeira hidratada e o seu timbre sempre lindo. 

Troque as cordas pelo menos uma vez ao mês. Com o uso, as cordas vão perdendo o seu “brilho” e o seu som característico. Além disso, cordas enferrujadas podem estragar seus trastes e suas pontes, gerando um baita prejuízo. 

Lembre-se de passar um paninho nas ferragens (na ponte, nos trastes, nas tarraxas e nas chaves), não deixe que elas criem ferrugem.

Água não combina nem com madeira, nem com fios elétricos, nem com ferragens e sua guitarra é feita só dessas coisas. Lembre-se disso. Ah… também não combina com cerveja, refrigerante, rum, conhaque, sucos naturais, café, cachaça ou xixi de cachorro. 

Enquanto você é iniciante, em hipótese alguma chegue com uma chave Philips ou chave allen perto da sua guitarra, pelo amor do bagaço, meu amigo! Se precisar, leve a guitarra no luthier (profissional responsável pela manutenção de instrumentos musicais) que ele dá um jeitinho pra você. Mas se for curioso e quiser fuçar lá naquele parafusinho bonitinho da ponte, vai arrumar alguma coisa pra fazer, maluco!

Jimi Hendrix disse em uma entrevista: “as vezes em que queimei minha guitarra foi como um sacrifício. Você sacrifica as coisas que você ama. Eu amo a minha guitarra”. 

Passo 8: tente criar uma rotina de estudos própria para você

Por falar em esforço e dedicação, você precisa montar um cronograma de estudos de guitarra, para além das aulas semanais com um bom professor. Comece por observar suas principais dificuldades, só assim você vai saber quais exercícios, técnicas e aspectos teóricos serão mais frequentes em suas horas de labuta. 

Quando for montar seu plano de treinos tenha algo em mente: nenhum músico é igual ao outro. Em relação a isso, não acredite em tudo que lê em fóruns de guitarra ou em tudo que vê em canais de youtube sobre o assunto. A rotina de outro músico pode ser muito eficaz para ele e não funcionar para você. Afinal, as dificuldades não são as mesmas, as qualidades são outras, os estilos são diferentes, os instrumentos são diversos. Você pode gostar do Alceu Valença e seu amigo gostar Astor Piazzola, você pode usar palhetas e seu cunhado, as unhas. São múltiplos os fatores capazes de interferir na montagem de seu cronograma. Lembrar disso é importante para que você tente não se comparar com outros guitarristas, você é único, cara! E ele também!

Ao montar sua rotina de estudos lembre-se também de não confiar nas fórmulas mágicas que trarão resultados rápidos, isso não existe. Não adianta passar filhote da cobra coral envolta dos dedos, não adianta fazer palheta com o chifre do boi bravo, não adianta evocar o diabo na encruzilhada na sexta-feira de lua cheia à meia noite. Pra tocar e tocar bem, só mesmo dedicando umas horinhas diárias à guitarra. Monte seu cronograma, desde que ele seja feito de acordo com sua rotina, seu trabalho, seus estudos, suas dificuldades e facilidades.

Se você gosta do Black Sabbath, treine as sequências de notas presentes nas pistas de guitarra do Black Sabbath, mas também tente tirar alguns acordes, licks ou riffs Jorge Bem Jor, por que não? Assim você se torna um guitarrista cada vez mais versátil, capaz tanto de passar de um estilo a outro, quanto de enriquecer, com elementos diferentes e exóticos, seu próprio estilo. 

Faça uma lista daquilo que mais costumar te dar dor de cabeça. Trocar de um acorde para outro é o melhor exemplo que posso dar, pois é a dificuldade mais comum entre iniciantes. Assim você sabe que isso deve tomar mais tempo em sua rotina de estudos até que o problema seja resolvido. No entanto, não esqueça daquilo que você já faz bem, aperfeiçoar o que já está legal nunca é demais, sempre guarde um tempinho para suas qualidades também. Além disso, é comum ficarmos um pouco “enferrujados”, esquecer músicas, técnicas, escalas e acordes, por isso não se esqueça de separar um tempinho, mesmo que menor, do seu cronograma para que você se concentre naquilo que já sabe. 

Repertório e técnica são partes extremamente importantes na rotina de estudos de qualquer guitarrista, seja ele iniciante, intermediário ou avançado. Mas não se esqueça da teoria musical! Leia e pratique harmonia, composição e, principalmente, improviso. Lembre-se que para improvisar você deve antes de tudo conhecer algumas escalas.    

Pessoalmente, recomendo que você tire 15 minutinhos por dia para exercícios para os dedos, da mão direita e da mão esquerda. Reserve 15 minutos também para treinar as técnicas mais comuns de guitarra. Separe mais 15 minutos para estudar teoria musical, 10 para as escalas e 5 para descobrir novos acordes e novas formas de fazer acordes que você já sabe. Não esqueça de se dedicar por uns 20 minutinhos no repertório, aprenda músicas novas e toque aquelas que você já decorou. 

Passo 9: ouça bons guitarristas

Ouça sempre bons guitarristas. Abra a cabeça. Não fique preso a um único gênero ou subgênero musical. Guitarristas de jazz como Joe Pass, Jim Hall e Wes Montgomery são famosos pelo virtuosismo e criatividade; guitarristas de fusion como Al Di Meola, John McLaughlin e Pat Metheny são velozes e ousados; guitarristas de blues como Buddy Guy, B.B. King e Steve Ray Vaughan têm muito sentimento guardado nas pontas dos dedos. A lista de virtuosos do rock n’ roll é interminável Jimmy Page, David Gilmour, Randy Rhoads… Tem para todos os gostos! 

Além de nos inspirar, eles nos ensinam, nos influenciam e nos impulsionam a praticar. Às vezes ouvimos um cara muito, muito bom e pensamos “nunca vou tocar como ele”, mas, ora, não desanime, não é porque existe um Pelé, que não vamos jogar futebol. Se você se impressionou, por exemplo, com o Allan Holdsworth fazendo a introdução ou aquele solo lindo em Devil Take The Hindmost, tente descobrir qual escala foi usada, quais técnicas foram exploradas em ambas as mãos, quais efeitos ele usa.  

Além disso, quando ouvir as guitarras desses músicos extraordinários, preste atenção em sua relação com os demais instrumentos presentes na música, contrabaixo, teclado, bateria etc., só assim você terá uma noção de como tocar em conjunto.

Passo 10: entre em contato com um bom professor de guitarra  

Todas essas dicas dadas acima são introdutórias, sem um bom professor de guitarra que te auxilie, oriente, aponte seus erros e evidencie sua qualidade, elas valem muito pouco. O papel do professor é essencial para tirar aqueles vícios horríveis que vamos contraindo com o tempo. Do alinhamento da coluna à posição do pulso esquerdo em relação ao braço da guitarra, a posição dos seus dedos em relação aos trastes, tudo interfere na maneira como você toca.

Só o professor pode identificar meios lógicos e práticos ideais para você a partir de seus objetivos específicos em relação ao instrumento, isso não dá pra conseguir pelo youtube e muito menos no site de cifras. Cada estudante de guitarra tem sua própria maneira de aprender e depreender as coisas, o professor vai adaptar seu conhecimento para cada caso.  

Espero que esse texto tenha sido útil para começar seu caminho para os palcos ou até o bar mesmo. Vale sempre a pena lembrar que quem está começando, nunca começa “do nada” ou “do zero”, mas sempre aberto ao todo, livre dos vícios, manias e preconceitos que acometem somente os sabichões. Vamos tocar guitarra galerinha! É divertido, anima todo mundo à sua volta e espanta as preocupações e os aborrecimentos!

  

Agora, você já sabe como aprender a tocar guitarra em poucos passos. Chegou a hora de colocar em prática e se inscrever no melhor curso de guitarra que existe!

Entender e aprender os modos gregos é uma das maneiras de avançar no seu aprendizado  e ampliar suas habilidades no domínio do instrumento. Mas se você deseja aprender tudo sobre esses modos e não apenas a sonoridade, a melhor maneira de aprender é através do MB Guitar Academy. Este curso vai te ajudar a dominar todas as aplicações dos modos Gregos e aprender a usar esse conhecimento para melhorar sua performance musical.

 

Além disso, dentro do curso você vai aprender como usar todo conhecimento para improvisar e tocar músicas que escapam do campo harmônico. Esse conhecimento abre um leque de oportunidades para você e te ajuda a se tornar um Guitarrista mais versátil e completo. Mas para aprender tudo a respeito da aplicação e da sonoridade dos modos Gregos o melhor curso para você é o MB Guitar Academy.

 

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